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143. Como progridem os povos? Como degeneram?


144. Como se dá a separação entre alma e corpo? É brusca ou gradual?

145. Em que situação fica a alma imediatamente após a morte do corpo? Tem consciência de si instantaneamente? Numa palavra: que vê? que experimenta?

146. A alma que deixou o corpo pode ver a Deus?



Obs.: A referência que teimei em não lembrar é: O Céu e o Inferno - Allan Kardec - CAPÍTULO II - Sanson.


Gostaria de baixar o áudio? Aqui!
read more "O Principiante Espírita - Itens: 143 ao 146."

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Resolvi publicar um pequeno trecho de um debate que estou tecendo no site: Instituto de Pesquisa de Ciência Espírita. Quem quiser ver toda a discussão, basta clicar aqui.

"Acho sua questão pertinente e justa. O primeiro ponto a se considerar é que embora o Espiritismo tenha pontos comuns das religiões (como a revelação), o seu comportamento (enquanto doutrina) tende a um sistema filosófico (ao menos nos livros de Kardec).

Como revelação, é realmente difícil encaixar o contexto de erro. Se é uma revelação e é Divina, não pode haver erro. No entanto, o processo do espiritismo envolve uma dupla via: Humana e espiritual.

Vendo este problema é que Kardec (sabiamente) elaborou o espiritismo de forma passiva às revisões periódicas (o que ele mesmo sugeriu) já antevendo a possibilidade de erros futuros. É por essa via que ele assegura uma mutabilidade de princípios, quando diz que se houver um ponto em erro, o espiritismo, NELE, se modificará.

O fato de haver um erro doutrinário não seria motivo suficiente para desabonar tudo que disseram os espíritos. Haverá sempre a possibilidade de colocar a culpa no "lado humano", uma vez que questionar a sabedoria dos “superiores” seria colocar em dúvida TODO o conteúdo da mesma. O que eu, particularmente, faço sempre...

Com relação à pergunta, eu considero (como alguns já colocaram) que a vida se desdobra em muitas dimensões. Atualmente, temos a teoria dos Universos Paralelos (que não é bem o caso, mas serve de reflexão) e que nos dá uma margem segura para especular o, até então, impossível.

Acredito, por outro lado, que Kardec realmente pensava que se pudesse ir à Júpiter (como descrito na RE. 1858), lá encontraria os desenhos obtidos por Sardou e seus habitantes “superiores”.

Bem, o que vimos em Júpiter? Pela navalha de ockham, diríamos que este é um erro e que a questão está resolvida. Mas, hipóteses mais mirabolantes e complexas, como a Teoria M, nos dão abertura para especular o fato de que talvez haja, sim, habitações tanto físicas como espirituais por toda parte".
read more "Pluralidade dos Mundos Habitados."

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"Após o suicídio de um jovem em 2001, a vida de uma comunidade indígena no noroeste da Colômbia mudou tragicamente. Muitos jovens entre 12 e 21 anos tiraram a vida após o incidente. E os índios culpam um espírito mal que eles dizem ter se voltado contra a humanidade".

Embora não possamos excluir processos psicológicos como a histeria coletiva ou mesmo fatores culturais e mesmo religiosos... A hipótese, em si, é plausível. Excetuando-se o exagero, como se o espírito pudesse mesmo matar alguém (há alguma discordância entre o título e a matéria em si), é possível que um "bando" de espíritos possa assolar uma cidade ou, no caso, um povoado.

É o próprio Kardec (A Gênese - Cap. XIV) quem nos oferece referências sobre o assunto:
  • Casos de cura de obsessões e de possessões: Revue Spirite, dezembro de 1863, pág. 373; — janeiro de 1864, pág. 11; — junho de 1864, pág. 168; — janeiro de 1865, pág. 5; — junho de 1865, pág. 172; — fevereiro de 1868, pág. 38; — junho de 1867, pág. 174.
  • Foi exatamente desse gênero a epidemia que, faz alguns anos, atacou a aldeia de Morzine na Sabóia. Veja-se o relato completo dessa epidemia na Revue Spirite de dezembro de 1862, pág. 353; — janeiro, fevereiro, abril e maio de 1863, págs. 1, 33, 101 e 133.
read more "Espíritos induzem jovens ao suícidio."

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136. Qual o estado da alma durante o sono?

137. Qual a causa dos sonhos?

138. O que são os pressentimentos?

139. Por que existem na Terra homens selvagens e homens civlizados?

140. Será impossível, conforme pensam alguns, que não se encarnando mais que uma vez, faça a alma o seu progresso no estado espiritual ou em outras esferas?

141. Por que nas sociedades civilizadas se encontram seres de uma ferocidade só comparável à dos mais bárbaros selvagens?

142. Como explicar o caráter distintivo dos povos?

Gostaria de fazer o download do áudio? Aqui!
read more "O Principiante Espírita - Itens: 136 ao 142."

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Já está no ar o novo site do IPEAK, com várias novidades úteis para o estudioso da Doutrina Espírita.

1. Um Roteiro de estudo de O Livro dos Espíritos, já com vários relacionamentos com as demais obras de Kardec, que pode ser estudado no próprio site, ou impressa a bibliografia para estudar onde desejar.

O uso é simples, pois foi construído tendo por base o índice do próprio livro.

2. O Catálogo Racional, publicado por Kardec, com indicação de obras que ele considerava úteis para formar uma biblioteca espírita, já com diversas dessas obras disponíveis em PDF, inclusive muitas raríssimas mesmo no século XIX.

3. A possibilidade de buscar qualquer tema tratado por Kardec, pois todas as suas obras estão inseridas no site, facilitando a leitura de dissertações dos Espíritos, por tema ou por autor, os discursos de Kardec, etc., bastando digitar uma palavra no espaço BUSCA.

4. A Revista Espírita e demais obras de Kardec estão disponíveis, em português, francês e algumas em inglês, seja como texto ou imagem.

5. Frases interessantes e de grande profundidade, tanto de Kardec como de outros pensadores, que podem ser visualizadas acima dos banners ou clicando-se sobre uma delas para exibir todas.

6. Biografia de Kardec colhida no Nouveau Dictionnaire Universel, de Maurice Lachâtre, obra enaltecida na Revista Espírita pelo próprio Kardec, o que indica que ele conhecia o material ali publicado.

7. Na seção NESTE DIA, serão mostrados os eventos que Kardec cita na Revista, sejam fatos históricos, mortes, fundações de Grupos ou Sociedades Espíritas, surgimento de novos jornais, revistas, entre outros.

 9. Roteiros de estudos das demais obras de Kardec já estão sendo elaborados, e logo estará disponível o do Livro dos Médiuns.

 10. Contamos com a sua ajuda, enviando-nos suas considerações e sugestões, e também na divulgação do site.

Abraços de sincera gratidão.

Cosme Massi e Terezinha Colle
Coordenação Geral

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Por muito tempo os céticos buscam apoio no famoso desafio do mágico James Randi como uma prova de que o paranormal não existe. Esse desafio dará 1 milhão de dólares a quem demonstrar um fenômeno paranormal em situações controladas. Como ninguém até hoje passou no desafio, então o paranormal não existe. Correto?

Errado. Em primeiro lugar, não é todo tipo de alegação paranormal que o Randi testa, e isso é admitido na cláusula 16 do seu Desafio:

Only claims that can be verified by evidence under proper observing conditions will be accepted. Also, JREF will NOT accept claims of the existence of deities or demons/angels, the validity of exorcism, religious claims, cloudbusting, causing the Sun to rise or the stars to move, etc. JREF will also NOT test claims that are likely to cause injury of any sort, such as those involving the withholding of air, food or water, or the use of illicit materials, drugs, or dangerous devices. [1]

Tradução: Apenas as alegações que possam ser verificadas por evidências em boas condições de observação serão aceitas. Além disso, a JREF não irá aceitar alegações da existência de deuses ou demônios, anjos, a validade do exorcismo, alegações religiosas, destruição de nuvens, fazer o Sol nascer ou o movimento das estrelas, etc. A JREF também não testará as alegações que são suscetíveis de causar prejuízo de qualquer espécie, como as que envolvem a abstenção de ar, alimentos, ou água, ou a utilização de materiais ilícitos, drogas ou dispositivos perigosos.

Será que os casos de crianças pequenas que alegam vidas passadas estão dentro do grupo de alegações religiosas? Tais crianças, via de regra, não são consideradas psíquicas. Mas diversos casos de crianças que alegam vidas passadas necessitam de uma explicação paranormal. Esses casos já foram publicados em revistas científicas do mainstream, como o Journal of Nervous and Mental Disease. Em um artigo de 1988, os autores dizem explicitamente: “...as crianças possuíam informações sobre as pessoas falecidas que só poderiam ter sido obtidas por meios paranormais”.[2]

Assim, ainda que ninguém passe no Desafio de Randi, isso não pode ser usado para negar a existência de fenômenos paranormais.

Outro fator a ser levado em conta é que o nível de prova exigido pela ciência para considerar que um determinado resultado é pró-paranormal costuma ser bem menor do que é o do desafio do Randi, porque se dispõe de mais tempo e recursos para realizar testes que assegurem significância estatística, enquanto que no teste de Randi são feitos 2 testes, um preliminar e o decisivo, em um tempo muito mais curto e mais limitado de recursos. Por isso o nível de teste de Randi exige que o psíquico tenha um resultado espetacular, coisa que em testes científicos nunca precisou atingir esse grau. Em outras palavras, o paranormal pode atingir uma marca acima do acaso no teste do Randi, aceitável cientificamente, mas não atingir a marca proposta pelo teste em si.

A Ciência aceita como estatisticamente significante um resultado com p< 0.05. No teste de Randi o paranormal precisa atingir, digamos, um resultado com p< 0.001. Ora, o paranormal poderia atingir um resultado entre esses dois critérios (digamos, p<0.02), o que seria algo cientificamente interessante e que demandaria maiores estudos, e ainda assim o mágico dizer que o psíquico falhou no teste. De fato, um caso parecido com a situação descrita acima ocorreu com a adolescente Natasha Demkina, estudada por cientistas amigos de Randi, que atingiu um resultado estatisticamente significante, mas não obteve o índice requerido para o teste.[3]

Um outro exemplo: os testes ganzfeld, voltados para a verificação da existência de telepatia, requerem centenas de sessões para atingir significância estatística, sendo que é recomendável só se realizar uma sessão por dia, e essa única sessão pode durar horas, havendo períodos de massagem para deixar o participante o mais relaxado possível, numa condição considerada ‘condutiva de psi’. Há décadas obtém-se um índice de acerto de 32% contra os 25% que seriam o esperado pelo acaso. [4] Tais testes – que até sua conclusão podem levar meses ou anos – são feitos com pessoas comuns, que não alegam poderes paranormais. Deve-se dizer que mesmo céticos replicaram as evidências de telepatia oriundas dos testes ganzfeld. [5] Assim, o teste de Randi não pode ser usado para negar a existência de capacidades psi fracas na população mas demonstráveis em laboratório.

E os psíquicos que alegam ter poderes paranormais muito acima dos que podem ser encontrados na população comum? Por que tais pessoas não se candidatam ao desafio de Randi? Para responder a isso, vejamos uma das cláusulas do Desafio, a de nº 8:

When entering into this challenge, as far as this may be done by established legal statutes, the applicant surrenders any and all rights to legal action against Mr. Randi, and/or against any persons peripherally involved, and/or against the James Randi Educational Foundation. This applies to injury, and/or accident, and/or any other damage of a physical and/or emotional nature, and/or financial and/or professional loss, and/or damage of any kind. However, this rule in no way affects the awarding of the prize, once it is properly won in accord with the protocol.

Tradução: Ao entrar neste desafio, até onde isso possa ser feito por estatutos legais estabelecidos, o requerente desiste de todo e qualquer direito a uma ação legal contra o Sr. Randi, e/ou contra as pessoas próximas envolvidas, e/ou contra a James Randi Educational Foundation. Isto se aplica a lesão, e/ou acidente, e/ou quaisquer outros danos de ordem de natureza física e/ou emocional, perdas financeiras e/ou profissionais e/ou danos de qualquer espécie. No entanto, esta regra não afeta em nada a concessão do prêmio, uma vez que seja devidamente ganho de acordo com o protocolo.

Essa cláusula no Brasil seria considerada completamente INCONSTITUCIONAL, pois viola o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional ou princípio da universalidade da jurisdição: “a lei não excluirá de apreciação do poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.” (artigo 5º, inciso XXXV da Constituição Federal de 1988.) O candidato é a parte mais fraca, e assim precisa ser protegido contra possíveis abusos por parte de Randi (que é dono de uma fundação, tem apoio da mídia etc.), tendo o direito de recorrer ao Judiciário caso se sinta prejudicado de alguma forma. Não bastasse isso, o Desafio de Randi permite um completo desrespeito à imagem da pessoa! Vejamos a cláusula 4:

Applicant agrees that all data (photographic, recorded, written, etc.) gathered as a result of the setup, the protocol, and the actual testing, may be used freely by the JREF.

Tradução: O requerente concorda que todos os dados (fotográficos, gravados, escritos, etc) reunidos como resultado do set-up, do protocolo, e do teste real, podem ser utilizados livremente pela JREF.

São ambas cláusulas exorbitantes, e em se tratando de uma instituição privada, como é a JREF, isso não pode acontecer. Cláusulas exorbitantes só são permitidas quando se está negociando com a Administração Pública. Há um completo desequilíbrio entre a Fundação James Randi e o candidato, e isso por si só faria qualquer um pensar várias vezes antes de se decidir concorrer ao prêmio, mesmo com um milhão de dólares em jogo.

Conclusão:

O objetivo desse artigo não é ‘demonizar’ Randi, mas apenas impor limites à alegação de que seu Desafio mostraria que o paranormal não existe. Randi possui um lado benéfico à sociedade desmascarando charlatões, mas seu desafio extrapola em muito seu alcance quando usado pelos céticos para querer abarcar quase toda forma de fenômenos paranormais.


Referências:


[1] http://www.randi.org/site/index.php/1m-challenge/challenge-application.html
 [2] Three New Cases of the Reincarnation Type in Sri Lanka with Written Records Made before Verification (1988) Journal of Nervous and Mental Disease 176:741. Ian Stevenson & Godwin Samararatne. Acessível em:


http://journals.lww.com/jonmd/Citation/1988/12000/Three_New_Cases_of_the_Reincarnation_Type_in_Sri.8.aspx  

 
[3] http://en.wikipedia.org/wiki/Natasha_Demkina  


[4] Meta-Analysis of Free-Response Studies 1997-2008: Assessing the Noise Reduction Model in Parapsychology.Lance Storm, Patrizio E. Tressoldi, & Lorenzo Di Risio. Psychological Bulletin, 2010, 136, 4, 471–485. Acessível em:


http://www.psy.unipd.it/~tressold/cmssimple/uploads/includes/MetaFreeResp010.pdf  


[5] Delgado-Romero E. A. & Howard G. S. Finding and Correcting Flawed Research Literatures. The Humanistic Psicologists 2005; 33(4): 293-303.


Nota: Artigo publicado com a autorização do autor.



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Mirgon Kayser Junior


Recebi hoje pela manhã, através do meu e-mail, notícia veiculada no GLOBO, sobre um bebê nascido de um embrião congelado a quase 20 anos - 19 anos e sete meses, mais especificamente.

A notícia chamou-me a atenção pela quantidade - e qualidade - de questionamentos que é capaz de suscitar nas mais variadas religiões e filosofias teológicas, entre elas o Espiritismo, sobre temas como, por exemplo, o aborto, tão explorado nas últimas semanas.

Peço licença aos leitores do blog para realizar uma reflexão teológica sobre essa notícia. Quero dialogar principalmente com os espíritas, devido ao absurdo envolvimento de questões religiosas na disputa eleitoral desse ano - eleição de um Estado laico, diga-se de passagem. A pauta do aborto tem sido potencializada ao extremo e de uma forma perigosamente moralista, praticamente pregando uma caça aos "cidadãos do mal". Lamentavelmente essa eleição cheira às masmorras e fogueiras da Europa da Idade Média. Quatro anos depois de escrever "O Espiritismo e a legalização do aborto", volto a abordar esse tema de forma teológica.

Sou totalmente a favor de que as religiões e filosofias teológicas envolvam-se nas questões que dizem respeito à organização e desenvolvimento da humanidade, mas jamais dessa forma pragmática, eleitoral, jamais como um pilar de disputa entre as diferentes concepções sobre o homem e nossa estrutura social.

Se é para debater, que seja para contribuir, construir, não para derrotar este ou aquele, não para tomar para si a posse da verdade, como se nossas convicções individuais estivessem acima das sínteses sociais. É por essa razão que estou me dirigindo com esse texto aos que, como eu, são espíritas e não aceitam a indexação e distorção de questões tão importantes à interesses menores, como uma disputa eleitoral.

Dessa forma, começo minha reflexão com um "lugar comum" nas religiões como um todo que dizem que a vida existe desde a concepção. Na verdade, essa premissa, aceita como dogma inclusive por espíritas é questionável, principalmente para os reencarnacionistas, afinal, para nós a vida existe ANTES da concepção.

Afinal, para um espírito reencarnar, ele precisa existir, precisa estar vivo. O que muitos espíritas defendem é que, desde a concepção, ou seja, desde o momento em que o espermatozóide fecunda o óvulo, um espírito passa a estar conectado com o embrião, passando por um longo processo ao longo do desenvolvimento do feto até o nascimento do bebê.

Isso é possível e, na realidade, é bem provável que o processo seja esse mesmo. Mas nada aponta na direção de que o processo seja SEMPRE este.

É nesse sentido que iniciam os questionamentos que esse bebê nascido de um embrião congelado a quase 20 anos. O que aconteceu com o espírito desse bebê? Permaneceu em estado de "suspenção" durante esses 20 anos? Não creio... Considerando que a "vida real" seja a dimensão que chamamos de "espiritual", e que a regra é buscar o progresso constante (o que não é diferente daqui), seria como se esse espírito fosse subtraído em praticamente uma encarnação inteira. Afinal, 20 anos é praticamente o processo todo até a idade adulta.

Significaria dizer que, comparativamente com espíritos afins, esses "suspensos" teriam ficado para trás, teriam atrasado seu desenvolvimento em 20 anos. Isso se considerarmos as primeiras experiências de congelamento que remontam esse período. Mas... Quanto tempo será possível? 30 anos, 40, 50, 100 anos? Será que é um processo sem prazo de validade, ou seja, poderemos ver nascer daqui a mil anos embriões congelados hoje?

Com o nascimento de bebês a partir de embriões congelados por 20 anos sendo uma realidade, e fazendo valer as velhas premissas sobre a concepção da vida orgânica, o congelamento de embriões assume um papel muito mais grave do que a prática do aborto.

Afinal de contas, quantos milhares de embriões congelados existem no mundo? Quantos mais estão sendo congelados enquanto escrevo este texto? Quantos milhões serão congelados ao longo dessa e da próxima década? Com cada embrião congelado suspendendo um espírito por anos e até décadas, ceifando o tempo de uma encarnação inteira desses espíritos, atrasando seu progresso em relação à outros espíritos até então semelhantes, a quem poderíamos comparar os cientistas responsáveis?

Certamente, sob o ponto de vista das "dívidas espirituais", todos esses cientistas estariam com maiores problemas do que Mussolini, Hitler e outros tantos algozes da humanidade. Sob o ponto de vista da evolução espiritual, cometer um aborto seria muito, mas muito mais "leve" do que o cometer um aborto.

Afirma-se que o aborto interrompe um processo, impede um espírito de encarnar e progredir espiritualmente. Entretanto, essa interrupção não o suspende por 20, 30 anos, como acontece com o congelamento de embriões. Nesse sentido, com esse raciocínio, muito melhor para um espírito ver o embrião ser abortado do que congelado.

Felizmente não é assim que as coisas funcionam. Provavelmente existam, com afirmei antes, inícios de vida orgânica na concepção, assim como devem haver inícios posteriores. No caso do congelamento de embriões, é razoável concluir que só existe o ligamento espírito-embrião após o DESCONGELAMENTO, ou seja, após a inseminação. É razoável concluir que não seja destinado espírito algum à um embrião que, de antemão, sabe-se estar sendo concebido para ir para a geladeira.

Também é razoável concluir que, de forma geral, o ligamento entre um espírito e a massa orgânica do embrião dá-se em algum momento entre a concepção e o estágio avançado da gravidez. Ou seja, não necessariamente no momento exato da concepção, como defendem alguns.

Somente essa revisão conceitual permite adequar-se de forma harmônica ao congelamento de embriões. Na carona dessa revisão é preciso fazer avançar nossa idéia sobre aborto. Será que o aborto é algo realmente tão terrível assim?

O próprio Espiritismo, em suas obras básicas, afirma que em caso de risco de vida para a mãe, deve-se realizar o aborto para preservar a encarnação que já está em andamento. Será que realizá-lo nesse caso acarreta tantos malefícios assim para o processo do espírito cujo embrião não evoluiu? Aliás, será que já havia um espírito ligado a esse embrião?

Indo mais além, o próprio Espiritismo afirma que ninguém passa por situações que não necessita passar. Será que, sabendo de antemão que a mulher poderá desejar realizar um aborto, o espírito destinado a ligar-se ao embrião não será determinado justamente por necessitar passar por essa experiência de frustração?

Desmistificando um pouco a abordagem e questionando sob um outro prisma, será que alguém tem o direito de intervir no processo evolutivo de cada um? Será que uma linha de pensamento humano pode arrogar-se o direito de ultrapassar os limites de determinar os caminhos de sua própria vida íntima para querer determinar os caminhos da vida de todos, baseado em suas convicções individuais sobre a vida, o mundo e o universo?

Minhas convicções não valem menos do que a concepção de ninguém, mas também não valem mais. Evidentemente que no meu foro íntimo as minhas convicções filosóficas tem um valor incomparável. Entretanto, sob a ótica do Estado, minhas convicções não podem valer mais nem menos do que as convicções de ninguém. Pelo contrário, o Estado precisa resguardar meu direito íntimo de viver de acordo com as minhas convicções, sem agredir ou ser agredido por convicções alheias.

A condenação do aborto, por exemplo, é uma concepção profundamente enraizada na religiosidade. Qual a razão para um ateu, por exemplo, ser submetido à essa violência, ou seja, ser submetido à regras estabelecidas em códigos filosóficos que ele não reconhece? Qual a razão para um muçulmano de Porto Alegre, por exemplo, ser submetido a ser representado por uma Câmara de Vereadores que carrega uma cruz nas paredes do Plenário, para lembrar aos parlamentares o caminho a ser seguido por suas decisões?

O Estado brasileiro tem a obrigação de abrigar as diferentes convicções em sua legislação, dando espaço a todos para viverem da forma como bem entenderem. Ninguém que é contra o aborto é obrigado a fazer aborto por ele ser legal, portanto, ninguém que deseja realizar o procedimento deve ser impedido por motivos religiosos de terceiros.

Isso sem contar na questão da saúde pública, que ditou o tom do artigo que escrevi a quatro anos atrás e que permanece com a problemática absolutamente atual.

Estou farto de ver essa questão ser usada irresponsavelmente pelos fundamentalistas de todas as religiões que repetem e criam mantras completamente desprovidos de reflexão sobre qualquer coisa, a não ser sobre a melhor forma de ampliar e fortalecer as cercas de seus rebanhos. Liberdade de pensamento? Não trabalhamos.

Nota: Texto divulgado originalmente na lista da CEPA e publicado neste blog com autorização do autor.




read more "O aborto e o Oportunismo Eleitoral"

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Gosto muito desta música. É algo que me inspira sempre e me dá ânimo constantemente! Fico me imaginando, como espírito, acompanhar todo esse processo de progresso de uma civilização e penso, será que viverei isto? (risos).
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132. Qual a causa dos males que afligem a Humanidade?

133. Por que tão freqüentemente vemos a prosperidade dos maus, enquanto que o homem de bem sofre aflições?

134. Por que alguns nascem na indigência e outros na opulência? Por que vemos tantas criaturas que nascem cegas, surdas, mudas, ou afetadas de doenças incuráveis, enquanto outras possuem todas as vantagens físicas? Será efeito do acaso ou de um ato da Providência?

135. Por que há idiotas e cretinos?

Gostaria de fazer o download? Aqui! 
read more "O Principiante Espírita - Itens: 132 ao 135."

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Revisando meus antigos tópicos na comunidade EeD, encontrei alguns print's que tirei da antiga casa de Kardec, na rua dos Mártires, nº 8.

Vejam:

read more "Antiga casa de Kardec."

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Art. 157. Praticar o espiritismo, a magia e seus sortilegios, usar de talismans e cartomancias para despertar sentimentos de odio ou amor, inculcar cura de molestias curaveis ou incuraveis, emfim, para fascinar e subjugar a credulidade publica:

Penas ¿ de prisão cellular por um a seis mezes e multa de 100$ a 500$000.

§ 1º Si por influencia, ou em consequencia de qualquer destes meios, resultar ao paciente privação, ou alteração temporaria ou permanente, das faculdades psychicas:

Penas ¿ de prisão cellular por um a seis annos e multa de 200$ a 500$000.

§ 2º Em igual pena, e mais na de privação do exercicio da profissão por tempo igual ao da condemnação, incorrerá o medico que directamente praticar qualquer dos actos acima referidos, ou assumir a responsabilidade delles.

[Texto na grafia da época]


Veja, também, a reportagem do G1 sobre o caso.

Comentário:

Impressionante como são as coisas! O espiritismo, por ignorânica, interesse e má vontade... Chegou, inclusive, a ser considerado crime! Hoje, porém, é quase status; está na moda. Isso é ou não o "mundo que dá voltas"? (risos).
read more "Quando o Espiritismo foi proibido..."

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read more "Espiritinhas #1"

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Esta sessão será atualizada, preferencialmente, toda sexta-feira.

read more "Segundos de Sabedoria #1"