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Quem adotou o espiritismo como uma nova religião poderá experimentar alguma dificuldade em qualificar-se como um livre-pensador. Dogmas, de qualquer natureza, não combinam com livre-pensamento. Uma doutrina tida como pronta e acabada não se coaduna com o livre-pensamento.

Allan Kardec escreveu que o espiritismo não é “uma nova fé cega substituindo a outra fé cega”, não é “uma nova escravidão de pensamento sob uma nova forma”. Ele “estabelece como princípio que antes de crer é preciso compreender”. (Revista Espírita – fev/1867). Por isso mesmo, não hesitou em classificar, ali, o espiritismo como uma proposta francamente livre-pensadora, tomando a expressão “livre- pensamento” como “livre exame, liberdade de consciência, fé raciocinada”, que simboliza “a emancipação intelectual, a independência moral, complemento da independência física”. Segundo Kardec, “o que caracteriza o livre pensador é que pensa por si mesmo e não pelos outros”, e que “neste sentido, o livre-pensamento eleva a dignidade do homem”, fazendo dele “um ser ativo, inteligente, em vez de uma máquina de crer”.

Por tudo isso, e porque o espiritismo, como todo o conhecimento, nunca estará pronto, exigindo uma permanente ação construtiva, é preciso pensar e agir com responsabilidade, mas também com liberdade. Construir sobre os firmes alicerces lançados por Kardec e seus interlocutores espirituais é a tarefa que hoje se impõe aos espíritas autenticamente progressistas e livre-pensadores. (A Redação)

Fonte: http://ccepa-opiniao.blogspot.com/
read more "Por que livre pensar?"

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Uma amiga da minha sogra recebeu este folheto e lhe deu para que analisasse. Ela, por sua vez, repassou para mim e, eu, para vocês.

O “espírito inquisidor” parece não ter perdido de todo seu poder. Vez ou outra ele se manifesta, sutilmente, claro, já que não se pode (em tese) queimar ninguém... Devo dizer, no entanto, que alguns pontos são verdadeiros: Em alguns momentos, o Espiritismo se chocará frontalmente com a doutrina da Igreja. No entanto, isto não parece ser um grande obstáculo para o Brasileiro.

De qualquer forma, segue o folheto com a curiosa (e absurda) análise feita do Espiritismo.

read more "O Católico pode ser Espírita?"

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De tudo que já li e pesquisei, nada me abalou mais do que saber que a palavra Espiritismo não foi criada por Kardec, como conta a tradição oral espírita. Não me consta (realmente não me lembro) de nenhuma passagem onde ele tenha se colocado como seu autor... Mas, também não me lembro de nenhuma outra onde ele tenha atribuído a sua origem.

Na introdução de O Livro dos Espíritos, onde se fala sobre o termo, somos levados, naturalmente, a pressupor que tenha ele sido o autor da palavra.

Uma postagem quase esquecida, publicada em 14/02/10 na lista da CEPA (Confederação Espírita Pan-Americana) por, Vitor Moura, contendo trechos de um livro que está sendo preparado (e, ao que parece, terá distribuição gratuita) por um senhor identificado como JCFF (que não conheço) faz uma simples comparação lingüística ao mesmo tempo em que aponta dois livros de 1854 (portanto, três anos antes do primeiro livro espírita) em que o termo espiritismo é grafado diversas vezes. Vejam:

"A origem do nome não é de Kardec, sequer francesa. A própria forma do vocábulo (spiritisme) tenderia a sugerir ligação com o inglês spirit, não com o francês esprit. De fato, Manfred Höfler, em seuDictionnaire d'Anglicismes, Paris, Larousse, 1982, explicitamente considera spiritisme como um empréstimo da forma inglesa spiritism. E, com efeito, a palavra é citada, como termo conhecido, e já com sua atual acepção, na obra anti-espírita de Orestes Augustus Brownson (1803 – 1876), The Spirit-Rapper: an Autobiography (Boston, Little, Brown & Company, 1854), págs. 293-94; a citação é suficientemente valiosa para ser exibida in extenso (o termo encontra-se propositalmente grifado, pelo autor deste trabalho):

“You are necromancers, diviners with the spirits of the dead. Necromancers are almost as old as history. We find them alluded to in Genesis. Moses forbids necromancy, or the evocation of the dead, and commands that necromancers shall be put to death. In all ancient and modern pagan nations, necromancy is found to be a very common species of divination. The African magicians found at Cairo practice it even at the present time, as we find testified to by an English nobleman and a French academician, though by a seeing medium, not, as is the case with you, by rapping, talking and writing mediums. The famous Count de Cagliostro, or rather Giuseppo Balsamo, at the close of the last century, professed to enable persons of distinction to converse with the spirits of eminent individuals, long since dead; and evocation of the dead has long been practiced at Paris by students of the University. You are real diviners, attempting, by means of evoking the dead, to divine secrets, whether of the past or the future, unknown to the living. You practice what the world has always called divination, and that species of divination called necromancy.Thus far, all is plain, certain, undeniable, and therefore you do that which the Christian world has always held to be unlawful, and a dealing with the devils. This, however, is nothing to you, for you place the authority of the spirits above that of Jesus Christ, and do not hesitate to make Christianity give place to spiritism. But what I wish you to tell me is, the evidence on which you assert that the invading or communicating spirits are really the souls of men and women who once lived in the flesh?”

O mesmo ocorre numa outra obra do mesmo ano de 1854, o Apocatastasis, or Progress Backwards, de Leonard Marsh (1800 – 1870), da Universidade de Vermont, editado em Burlington por Chauncey Goodrich. Nessa obra, o autor se esforça por mostrar que todos os “portentos” do new spiritualism (que ele chama spiritism) não passam de decalques de fenômenos análogos da Antigüidade e que, portanto, nada havia de “novo” nele. Ao longo do livro o termo “spiritism” ocorre dez vezes; como exemplo, no início do capítulo VI, págs. 64-65, onde ele ocorre duas vezes, lê-se (igualmente grifado pelo autor deste trabalho):


“Let us next examine some other facts of the ancient Spiritism, of a somewhat different character, and see whether they also are sufficiently analogous to those of the presentSpiritism to prove their apocatastatical relation to each other. The first quotation which I shall bring forward, I desire to make use of for a double purpose, viz: as a specimen of spirit-writing, and of that quality of certain ancient waters, which conferred the power of divination, and induced the clairvoyant state, a quality, in this respect, precisely like that of magnetized water in our time. The ancient spirits, so far as I have hitherto ascertained, were not accustomed to make use of the Medium’s hand for writing communications, except in the case of the poet, who was supposed to be the writing-medium and amanuensis of the Muses; and with one other remarkable exception viz:  that of the Sybils. These ladies were a sort of female hermits, who lived in forests, mountains, and caves, in various places and countries, and gave responses in writing to those who consulted them (…)”

Sem se levar em conta as linhas de argumentação de Brownson e de Marsh, o fato é que, em1854, nos Estados Unidos (três anos antes da publicação do Livro dos Espíritos de Kardec, onde o termo pretensamente teria vindo a público pela primeira vez), a palavra spiritism já era um mote comum (e, provavelmente, com uma conotação depreciativa) para se referir aos fenômenos do new spiritualism. Não admira que o termo tenha sido rejeitado pelos adeptos da nova filosofia – e, em língua inglesa, o que em Português se denomina “espiritismo” é, ainda hoje, usualmente denominado pela expressão mais respeitável new spiritualism, ou simplesmente spiritualism. O nome spiritism cruzou o Atlântico juntamente com os médiuns e os fenômenos, e acabou por ser adotado por Kardec, numa forma afrancesada (spiritisme), para designar a “nova revelação”.

Comentário:

A fim de confirmar tal informação, um membro da lista, conseguiu achar a versão online dos livros:

The Spirit-Rapper (em que se pode ler na segunda página o ano de publicação: 1854). Na página 294, o termo "spiritism" (Espiritismo), pode ser visto usando o mecanismo de busca ao lado do livro, em:


E o livro: The Apocatastasis (em que se pode ler na primeira página o ano de publicação: 1854). Ao contrário do livro anterior que, ao que parece, possui apenas uma citação do termo (o que por si só já é suficiente para confirmar a tese do autor), neste, o termo aparece muitas vezes, como nas páginas: 64, 86, 101, 112, 155, 197, etc., em:



Como destacado pelo autor, a interpretação do Espiritismo nestes livros parece bem distanciada daquela que conhecemos hoje. Porém, as evidências são robustas o suficiente para se poder afirmar que Kardec não cunhou o termo Espiritismo.

Talvez alguns se perguntem qual a utilidade desta informação. Isto, no entanto, deixo para cada um pesar na própria balança.


Legendas:


1 - O texto em itálico é a reprodução do que foi exposto na lista;
2 - O texto em destaque e em vermelho é um recorte dos referidos livros.


Texto publicado com a autorização de Vitor Moura.
read more "A origem do termo "Espiritismo"."

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Continuação do estudo "O Código Penal da Vida Futura", em O Céu e o Inferno.



Gostaria de fazer o download? Aqui.
read more "O Código Penal da Vida Futura - Itens: 17 ao 19."