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"Jacinta Agbo, uma habitante da Nigéria, nasceu em 1980. Ela tinha a marca de nascença mais extraordinária que já vi. Consistia em uma área com cerca de três centímetros de largura de tecido cicatricial pálido que se estendia ao redor da cabeça inteira (Figura 9). Em alguns aspectos, se assemelhava a um curativo, e acredito que de fato corresponda, em localização, a uma bandagem colocada ao redor da cabeça da pessoa falecida com quem Jacinta foi mais tarde identificada.

Esta pessoa, Nsude Agbo, tinha se envolvido em uma briga durante a qual um dos combatentes bateu-lhe na cabeça com um porrete. Ele foi levado para o Hospital Universitário de Enugu e operado. Eu fui incapaz de obter cópias do prontuário médico da operação que ocorreu em março de 1970. (Muitos dos registros médicos do Hospital Universitário foram extraviados ou destruídos durante a Guerra de Biafra, que durou de 1967 a 1970.) É seguro afirmar, no entanto, que um neurocirurgião tentou abrir os ossos do crânio de Nsude. Para fazer isso, ele primeiramente teria feito uma extensa incisão no couro cabeludo e depois costurado.

A marca de nascença de Jacinta era muito mais ampla do que a incisão teria sido, e é por isso que eu acredito que tenha correspondido a uma bandagem colocada pelo cirurgião ao redor da cabeça depois de ter costurado o couro cabeludo. Este é um caso do tipo de mudança de sexo. Quando me encontrei com Jacinta, ela tinha apenas dois anos de idade. Um dos meus assistentes na Nigéria foi capaz de fazer visitas de acompanhamento a ela; primeiro quando ela tinha quatro anos e, novamente, quando tinha quase oito anos de idade. Ele soube que ela tinha mostrado traços definitivamente masculinos. Ela pensava em si mesma como um menino e "fez tudo o que eles [os meninos] fazem". Sua marca de nascença não havia desvanecido, tornando-se mais proeminente".

Fonte: Where reincarnation and biology intersect / Ian Stevenson - Capítulo 7.

Tradução: Fábio Duarte.
Revisão: Leonardo Montes.


"O sinal congênito na cabeça de Jacinta Agbo apareceu em Dezembro de 1982, quando ela tinha apenas dois anos de idade. Este sinal era linear, sem cabelos, estendendo inteiramente em torno da parte superior da cabeça. Tinha a superfície cicatricial um pouco desigual. Sua largura variava entre 2 e 3,5 centímetros. Esta foto mostra a parte posterior da cabeça de Jacinta".

Como no caso de James (vide posts anteriores) upei uma foto da parte posterior da cabeça com a marca no meu skydrive e usei um encurtador de URL. Para verem, acessem:.


Comentários

Nota:Tive receio de utilizar o termo “marca de nascença”, apesar de estar assim em inglês, pois, na verdade, trata-se de um sinal que apareceu quando ela tinha dois anos e não quando ela nasceu. Mas, resolvi conservar como estava no original, mudando apenas na legenda da foto..

Este caso despertou muito a minha curiosidade e, ao mesmo tempo, deixou-me com sentimento de frustração. Curiosidade porque a marca é muito estranha e dá para entender por Stevenson se impressionou tanto. Frustração, porque há apenas meia página sobre o mesmo. Imagino, mas não estou certo, de que em seu imenso livro “Birthmarks and Reincarnation and Biology: A Contribution to the Etiology of Birthmarks and Birth Defects”, haja mais detalhes sobre o caso..

Alguns pontos ficaram imprecisos, pelo resumo, tais como:

• Quando Jacinta começou a fazer afirmações sobre sua vida passada?

• Como era o relato dela?

• Como a família se posicionava?

• Em que local vivia Jacinta e Nsude Agbo?

• Qual a diferença de tempo entre a morte de Nsude e o nascimento de Jacinta?

• Agbo é um sobrenome que parece comum na Nigéria. Haveria parentesco entre Jacinta e Nsude?

• Houve algum boletim de ocorrência que atestasse a briga de Nsude? 

• Embora não tenha conseguido o relatório médico, como Stevenson soube que o fato tenha ocorrido?.

Entre outras perguntas que, longe de enfraquecer o caso, tornam-no ainda mais fascinante.
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