• Blogger Template Preview

Busca

Marcadores:


O programa Além da Matéria, de 22/11/2010, tem como tema:

“Unificação do Espiritismo - Até que ponto as instituições espíritas devem ser distintas? até que ponto elas também devem ser parecidas? A Liberdade filosófica, características básica do Espiritismo é vista cada vez mais sufocada em seu meio de propagação”.

O programa trás vários comentários interessantes sobre situações que se observa na estrutura e organização das atividades da casa espírita. Fala-se, por exemplo, que Kardec não deixou um modelo pronto de como organizar as casas espíritas.

Isto é uma meia-verdade. Kardec não se preocupou muito em pré-fixar normas rígidas para essa estruturação. No entanto, deixou algumas diretrizes que, se bem entendidas, podem facilmente tornar compreensível o que é objeto da casa espírita e o que não é.

A alegação anterior, de que não há normas fixas, é freqüentemente interpretada como: Eu faço o que quiser o que achar melhor. É assim que a casa espírita assume um caráter agregacionista, trazendo para dentro o que achar bom, útil e de agrado.

O programa segue com alguns questionamentos válidos sobre a Unificação. De fato, eu também não sou à favor da Unificação. Em termos ideológicos, é interessante; mas, em termos práticos, visa à uniformização do Movimento em torno dos moldes da própria FEB. O que não é de todo ruim (frente ao que existe por aí), mas também deixa a desejar.

Interessante seria, por exemplo, a União do Movimento, em torno do objetivo comum – o espiritismo – e não unificá-lo, como uma Igreja. Por isto, tenho predileção pela visão da CEPA em relação à FEB.

Voltando ao programa, na casa dos 31 minutos, Robson Pinheiro narra o caso que se segue transcrito quase integralmente:

"Eu me lembro que, em 89, eu tive lá no Chico Xavier, em Uberaba, em função de uns problemas que ocorreram em relação ao Movimento Espírita de Belo Horizonte. O pessoal começou a falar da gente... Que nós deixamos de ser espíritas, porque a gente colocava música, música popular Brasileira (...) a gente tem um culto de louvor, um culto de adoração à Deus, (..) resgatar o culto de louvor e adoração ao Pai, a Deus, não aos espíritos.

 
E a gente louva mesmo, leva as pessoas lá na frente para dar o testemunho daquilo que o Espiritismo fez de bom pra vida dele... (...) pra mostrar pro público que o Espiritismo é algo presente, que Deus está presente na vida das pessoas... E nosso nome foi levado, por este e outros motivos, para os jornais e fui lá em Uberaba pedir orientação ao Chico Xavier e disse:
 
- Puxa, Chico... Estão falando tanto da gente, que a gente deixou de ser espírita e tudo... E o pessoal que diz que é da unificação e tudo...


Aí, o Chico pegou um molho de chave, na minha frente, e falou o seguinte:
- Meu filho - e bateu o molho de chave na mesa - aqui eu faço espiritismo do meu jeito e do jeito que os espíritos fazem, quem quiser unificar, unifica das portas pra fora...

E falou assim:

- Faça o Espiritismo na sua casa espírita do jeito que seus mentores determinarem. E isso é o bastante. O seu compromisso não é com o Movimento Espírita, é com a causa e com o ideal espírita".

Importante notar que há razão de ser da preocupação do movimento de Belo Horizonte frente aos trabalhos organizados por Robson Pinheiro, apesar de que não é possível dizer exatamente qual foi a extensão disso, como agiram, o que significa, exatamente, este “tão falando tanto da gente” etc. Por que uma coisa é a crítica, outra, bem diferente, é a maledicência.

Interessante notar, também, que a opinião pessoal de Chico Xavier sobre a Unificação difere bastante daquelas que foram trazidas por sua psicografia e que servem, freqüentemente, como bandeira para a FEB promover, não só a Unificação, como a si mesma como entidade organizadora capacitada para tal.
E vocês, o que pensam?
Nota: A Rádio Boa Nova tem por padrão deixar os programas arquivados por um ano. Portanto, ao final de 2011 não deve estar mais disponível o áudio para consulta, que se encontra no nome do programa, no começo do texto.

Comments (7)

sinceramente, duvido muito que o Chico tenha dito isso que o Robson está falando.
totalmente contrário ao jeito dele.
mas... acredita nisso quem quiser (ou é ingênuo mesmo).

Não vejo motivos para desconfiar. A opinião de uma testemunha presencial terá sempre maior peso que as demais.

Embora, como em tudo, não haja garantias da verdade.

Oi Leonardo,

interessante, você duvida dos testemunhos dos sabios que presenciaram inumeros fenômenos, mas acredita em qualquer um que fale bobagens de Chico? (Não é uma pergunta inquisitora, não me interprete mal)

Robson Pinheiro não tem credibilidade nenhuma no espiritismo e duvido que essas foram as reais palavras de Chico. Esse Robson deve ter medo da unificação, ele que quer fazer o espiritismo do jeito dele, o tal espiritismo de umbanda que ele escreve. Ele sim é suspeito...

Ademais, unificação não quer dizer uniformização.

Ricardo.

Nem tanto, nem tão pouco, rs.

Acho que há um abismo entre as situações. Uma coisa é o testemunho de alguém ser usado como prova da veracidade de um fenômeno (como os dos efeitos físicos). Outra, bem diferente, é o testemunho de uma conversa informal.

Eu não acreditaria em você se me dissesse ter visto duendes verdes. Mas, eu não duvidaria de você se me dissesse que um amigo lhe disse ter visto duendes verdes.

Na primeira situação, eu não estou acreditando no seu relato. Na segunda, eu não estou duvidando que você ouviu seu amigo falar sobre isto.

Vê a diferença?

Abraço.

"Ademais, unificação não quer dizer uniformização."

Analisei essa questão por dois lados no texto. Ideológico e prático.

Mas, gostaria de ouvir sua opinião. O que quer dizer, então?

Não creio que Chico tenha realmente falado isso que o Robson Pinheiro citou.Todos tem direito de fazer suas reuniões doutrinárias em sua casas espíritas da maneira que acharem melhor,porém transformar a casa espírita em local de "cultos de louvor"como o Robson faz não me parece prática espírita,talvez um prática sincrética espírita/protestante,NÃO QUERO PATRULHAR NINGUÉM,mas acho que os centros espíritas devem funcionar dentro de certas regras,os que não se coadunam que estruturem novas religiões,onde seu modo de expressão possa se revelar por inteiro sem discordancia nenhuma com o modus operandi de uma verdadeira casa espírita,conforme nossos pioneiros nos legaram

De acordo.

Postar um comentário

Seu comentário será excluído, se:

a) Estiver sem nexo;
b) Contiver Spam;
c) For agressivo;
d) Não tiver relação com o blog.